Energia SolarGeração Distribuida de Energia13/07/20230GD solar supera projeções de 2023 em apenas seis meses

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Somente no primeiro semestre deste ano foram mais de 4,1 GW de potência instalada no segmento

Projeções divulgadas, em dezembro do ano passado, pela EPE (Empresa de Pesquisa Energética) e pela ABSOLAR (Associação Brasileira de Energia Solar Fotovoltaica) apontavam que a potência acumulada de energia solar no segmento de GD (geração distribuída) encerraria o ano de 2023 com 21,6 GW.

Entretanto, o que se viu nos primeiros seis meses do ano foi um segmento que, mesmo com todas as dificuldades encontradas, obteve resultados acima dos projetados inicialmente pelas entidades.

Ao longo do primeiro semestre, foram mais de 4,1 GW de potência instalada pela micro e minigeração fotovoltaica – volume esse que fez com que o Brasil ultrapassasse os 18 GW instalados no início do ano e acumulasse aproximadamente 22,5 GW até o presente momento.

Ao todo, o crescimento da GD solar no primeiro semestre foi superior a mais de 20% em relação ao mesmo período do ano anterior, quando 3,44 GW entraram em operação no país, segundo dados da ANEEL (Agência Nacional de Energia Elétrica).

Apesar dos ótimos números, é importante destacar que os dados disponibilizados pela ANEEL – que são levados em consideração por todo o mercado de GD para realização de projeções e análises – possuem uma espécie de “delay” em relação à realidade.

Isso porque, os números da Agência são construídos a partir dos dados de registro das centrais geradoras enviados mensalmente pelas distribuidoras à ANEEL, o que impede com que as informações que entram no sistema da entidade sejam atualizadas em tempo real.

Vale ressaltar também que as projeções feitas pela EPE e pela ABSOLAR levaram em conta um cenário conservador, considerando fatores macroeconômicos e as mudanças de governo, o que mesmo assim não deixa de chamar a atenção pelo fato desta meta ter sido superada em menos de seis meses.

Por causa disso, Leandro Martins, presidente da Ecori Energia Solar, destaca que – apesar do sistema da ANEEL apontar que o Brasil instalou mais de 4,1 GW no primeiro semestre – esse número tem grandes chances de ter sido superior a 6 GW, uma vez que, segundo a própria Agência, a GD solar tem adicionado todos os meses cerca de 1 GW de potência a matriz elétrica nacional.

“Tivemos uma aceleração de projetos no começo do ano e depois tivemos as usinas acima de 1 MW também entrando na base de dados da ANEEL. Acredito que, neste ano, teremos um crescimento de aproximadamente 10 GW”, projetou Martins.

Segundo semestre

Para Felipe Cunha, diretor comercial da Amara NZero Brasil, o setor de energia solar no segundo semestre deste ano vai se demonstrar ainda mais forte do que foi no primeiro, devido a alguns fatores.

O primeiro envolve as usinas de GD que serão instaladas e terão seus pareceres de acesso vencidos neste segundo semestre. “São usinas maiores, dentro do segmento de GD, no qual os pareceres são mais longos e levam até 12 meses para serem instalados”, comentou ele.

“Como foram muitas usinas protocoladas no final do ano passado (por parte de consumidores que buscavam fugir das regras previstas pela Lei 14.300), imaginamos que o maior volume de compras dos equipamentos para estas usinas vai acontecer entre os meses de agosto e outubro”, pontuou.

Outros pontos citados por Cunha para justificar o cenário otimista envolvem: a drástica redução que vem ocorrendo no preço dos equipamentos fotovoltaicos no mercado internacional, a estabilidade do dólar em relação ao real e a redução da inflação no país, com uma provável queda da taxa de juros ainda neste ano.

“Tudo isso colabora para tornar a energia solar um investimento cada vez mais viável independentemente de qualquer taxação ou qualquer outra tributação,”, disse ele.

Nuno Verças, CEO da Aldo Solar, também destaca que as expectativas para a GD solar no segundo semestre são positivas, uma vez que – na visão dele – o setor conseguiu assimilar melhor algumas questões que impactaram os primeiros meses do ano.

“Estamos otimistas de que nesta segunda metade do ano o mercado retorne a uma normalização de pedidos, o que não quer dizer que será um semestre fácil e sem impacto nas margens de toda a cadeia”, destacou.

Segundo o executivo, o restante de 2023 deverá ser marcado pela perspectiva de uma queda de juros e de uma retomada leve do acesso ao crédito.

“Além disso, os recentes aumentos nas tarifas de energia lançaram nas pessoas e nos empresários um interesse renovado pela solar como um investimento de longo prazo para combater esses aumentos anuais”, destacou.

Além disso, Verças lembra que é preciso sempre ter em mente que apenas 2% dos telhados brasileiros têm energia solar e que, olhando no médio e longo prazo, o mercado brasileiro ainda tem grandes oportunidades a serem trabalhadas não só na instalação de sistemas fotovoltaicos, mas também “em todas as soluções complementares que decorrem deste movimento, tais como carregadores elétricos, sistemas de armazenamento com baterias, entre outros”, comentou.

Fonte: Canal Solar 

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